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A Igreja extirpou a escravidão na Idade Média

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Conselho do rei e bispos
Conselho do rei e bispos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




“A escravidão acabou na Europa medieval somente porque a Igreja estendeu seus sacramentos a todos os escravos e depois trabalhou para impor a proibição da escravidão de cristãos (e de judeus).

“No contexto da Europa medieval, essa proibição foi de modo efetivo, uma lei de abolição universal.

“Com os escravos sendo plenamente reconhecidos como humanos e cristãos, os sacerdotes começaram a urgir os proprietários a liberarem os seus escravos como sendo um "ato infinitamente recomendável" que ajudaria a garantir a própria salvação.

“Muitas emancipações foram registradas em documentos que ainda perduram. A doutrina de que os escravos eram humanos e não gado teve outra consequência importante: o casamento entre livres e escravos. (...)

“há sólidas provas de uniões mistas já no século VII, envolvendo, pelo geral, homens livres e mulheres escravas. A mais famosa dessas uniões teve lugar em 649, quando Clovis II, rei dos Francos, desposou sua escrava britânica Bathilda.

Santa Bathilda, Luxembourg,Paris
Santa Bathilda, Luxembourg,Paris
“Quando Clovis morreu em 657, Bathilda governou como regente até que seu filho mais velho atingiu a maioria de idade.

“Bathilda usou de sua posição para montar uma campanha para parar o comércio de escravos e resgatar os que estavam na escravidão. Após sua morte, a Igreja a reconheceu como santa.

“No fim do século VIII, Carlos Magno se opôs à escravidão, enquanto o Papa e muitas outras poderosas e eficazes vozes clericais fizeram eco a Santa Bathilda.

“No crepúsculo do século IX, o bispo Agobard de Lyon trovejava: "Todos os homens são irmãos, todos invocam o mesmo pai: Deus; o escravo e o dono, o pobre e o rico, o ignorante e o instruído, o fraco e o forte (...)

“não há escravo ou livre, mas em todas as coisas e sempre há somente Cristo".

“No mesmo tempo, o Abade Smaragde de Saint-Mihiel escreveu numa obra dedicada a Carlos Magno: "Bondadosíssimo rei, proibi que possa haver qualquer escravo em vosso reino". Logo, ninguém "duvidou que a escravidão em si mesma era contra a lei divina".

“Mais ainda, durante o século XI São Wulfstan e Santo Anselmo fizeram campanha para remover os últimos vestígios de escravidão na Cristandade, e logo pôde se dizer "que nenhum homem, nenhum verdadeiro cristão de nenhuma classe poderia ser de agora em diante ser tido legitimamente como propriedade de um outro".”

(Autor: Prof. Rodney Stark, “A Vitória da Razão”, Random House, New York, 2005).



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