Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
continuação do post anterior: Na Idade Média nasceu a ciência logicamente sistematizada
O homem das letras desses primeiros séculos medievais era quase sempre um clérigo para quem o estudo dos conhecimentos naturais era uma pequena parte da escolaridade.
Esses estudiosos viviam numa atmosfera que dava prioridade à fé e geralmente tinham a mente mais voltada para a salvação das almas do que para o questionamento de detalhes da natureza.
Aqueles que desejavam investigar o mundo natural tinham suas opções limitadas pelo esquecimento do idioma grego.
Muitos dos estudos tinham que ser feitos com informações obtidas de fontes não científicas, eram frequentemente textos com informações incompletas e que traziam sérios problemas de interpretação.
Desse modo, por exemplo, manuais romanos de inspeção do solo eram lidos porque neles estavam incluídos elementos da geometria.
A vida quase sempre insegura e economicamente difícil dessa primeira parte do período medieval mantinha o homem voltado para as dificuldades do dia-a-dia.
O estudo da natureza era buscado mais por motivos práticos do que como uma investigação abstrata: a necessidade de cuidar dos doentes levou ao estudo da medicina e de textos antigos sobre remédios, o desejo de determinar a hora correta para rezar levou os monjes a estudar o movimento das estrelas, a necessidade de computar a data da páscoa os levou a estudar e ensinar os movimentos do Sol e da Lua e rudimentos da matemática.
Não era incomum o mesmo texto discutir tanto os detalhes técnicos quanto o sentido simbólico dos fenômenos naturais.
Embaixo: video
7. Os monges na construção da civilização ocidental
7. Os monges na construção da civilização ocidental
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