Qualquer pessoa do povo tinha grande facilidade de acesso ao Rei |
Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Na Idade Média, as relações das pessoas entre si e entre as diversas classes sociais eram muito orgânicas e naturais.
Qualquer pessoa do povo tinha grande facilidade de acesso aos nobres e até mesmo ao Rei.
Este costumava receber os plebeus em audiência, para ouvir os pedidos que lhe faziam.
Assim, São Fernando III, Rei de Castela, quando estava de viagem e se hospedava em determinada cidade, sentava-se perto de uma janela que dava para a rua, podendo ser visto pelo povo e ao alcance de qualquer plebeu que desejasse falar com ele.
E São Luís IX, Rei de França, tinha por hábito sentar-se sob um enorme carvalho, em Vincennes, e ali atender o povo, ouvindo seus pedidos, suas queixas, julgando casos e pendências entre plebeus.
Até bem depois da Idade Média, na época de Luís XIV e seus sucessores, o povo, na França tinha livre acesso aos jardins do Palácio de Versailles, onde podia entrar em contato pessoal com os nobres e mesmo com os soberanos.
Quando terminava a cerimônia de coroação de um Rei de França, do lado de fora da Catedral de Reims, em cujo recinto realiza-se o ato, ficavam muitos escrofulosos, portadores de uma doença de pele repugnante.
Pois dizia-se que o Rei de França tinha o carisma de curar as escrófulas pelo toque.
Ao sair da Catedral, dirigia-se ele a cada escrofuloso e tocava a chaga dizendo: "O Rei te toca. Deus te cure". E muitos realmente ficavam curados.
Tal era a monarquia cristã, na sua paternalidade, na sua bondade. E este tratamento que o Rei mantinha com os plebeus repetia-se entre os diversos níveis da escala social.
Fonte: CATOLICISMO