Coroação de Carlos Magno pelo Papa São Leão III |
Há um vício para aqueles que aprendem a ler e escrever e é a ideia de que pensamento começa no livro.
A primeira ideia, quando o sujeito se dispõe a pensar qualquer coisa, é comprar um livro para ler algo, para pensar sobre o que leu.
Então ele pode pensar que Carlos Magno não sabia ler nem escrever e que ele sabia pegar as coisas de outro lado.
Ele tinha uma tal noção das coisas, uma tal inteligência, que sem saber ler nem escrever ele organizou a instrução em todo o seu Império, chamando homens como Alcuíno.
Ele deixava os Bispos decidirem, porque os assuntos da Igreja eles é que decidem, mas ele fazia o uso da palavra.
E ele entrava nos debates teológicos de que os Bispos tratavam. E, em geral com sucesso. Era ele que tinha a fórmula teológica certa. E é um homem que não tinha passado por Seminários.
Coroação de Carlos Magno pelo Papa São Leão III |
Não invadiu os direitos da Igreja, respeitou a soberania da Igreja, reconheceu-Lhe todo o poder.
E por causa disso, a Igreja também o coroou.
Todo mundo sabe o lindíssimo fato de que no ano de 800, estava ele na velha basílica de São Pedro — até hoje se mostra o lugar onde ele estava ajoelhado, rezando antes de o Papa entrar para a Missa do Galo — quando o Papa São Leão III entrou trazendo uma coroa de ouro.
E o Papa declarou que na pessoa dele, reconstituía o Império Romano esboroado, e o proclamava Imperador do Império Romano.
Carlos Magno, por modéstia, não quis.
O Papa forçou, levou-o a um balcão onde todo o povo o aclamou:
“Viva Carlos Magno, nosso Imperador!” Estava restaurado assim o Império Romano, que haveria de durar podemos dizer anos.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 30/10/72. Sem revisão do autor)