Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
REFUTAÇÃO:
A Igreja converteu os bárbaros e, pela ação da graça, foi infundindo neles os princípios sobrenaturais que mandam cada qual ocupar o lugar que lhe é devido na hierarquia social. Juntamente com isso, pregou aos fortes a caridade, e aos humildes submissão.
DOCUMENTAÇÃO
1–A vassalagem medieval tinha o beneplácito da Igreja, sendo considerada altamente virtuosa
“Tomando o lugar da antiga atitude de mãos estendidas dos orantes, o gesto de mãos postas, imitado da commendise (cerimônia em que o vassalo prestava juramento de fidelidade ou ‘homenagem’ a seu suzerano), torna-se por excelência o gesto da prece, em toda a catolicidade” (Marc Bloch, op. cit. p. 328).
“A linguagem usual acabará por denominar correntemente ‘vassalagem’ a mais bela das virtudes que uma sociedade perpetuamente em armas pôde reconhecer, isto é, a bravura” (Marc Bloch, professor na Universidade de Sorbonne, in “La Société Féodale”, Ed. Albin Michel, Paris, 1970, . p. 231).
“Os dirigentes da Igreja quiseram fazer reinar na Terra a Paz de Deus. O movimento, iniciado no começo do século XI, tinha como meta circunscrever a violência”.
“Para eliminar as guerras fratricidas entre os cristãos, foram colocados sob proteção as igrejas e os terrenos que as cercavam; depois, alguns dias da semana consagrados à prece ou à penitência, as datas litúrgicas, a Quaresma; os clérigos e todos que eram inofensivos e vulneráveis; os comerciantes e a multidão de camponeses”.
“Pela incitação dos bispos, os cavaleiros juravam sobre as relíquias a respeitar a codificação da guerra privada feita pela Igreja, e a negar sua amizade e perseguir a quem a desrespeitasse” (Georges Duby, in “Histoire de la Civilisation Française”–trad. castellana–Fundo de Cultura Económica, México, 1958, p. 57).
3–O nobre, para ser reconhecido, deveria ser capaz de grandes virtudes
“O Príncipe concede e doa anéis a seus súditos; o nobre deve ser clemente, quer dizer, amigo das dádivas” (Friedrich Herr, professor em Viena, in “Historia de la Civilización Occidental”, Ed. Labor, Barcelona, 1966, p. 112).
“Naquela época, dar presentes era um gesto essencial; nobre é aquele que dá a seus amigos” (Georges Duby, in “Histoire de la Civilisation Française”–trad. castellana–Fundo de Cultura Econômica, México, 1958, p. 16).