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Templários: fé, prudência e bravura ensinadas por São Bernardo de Claraval

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São Bernardo de Claraval. Santuário de Lourdes
São Bernardo de Claraval. Santuário de Lourdes
O grande paladino de Nossa Senhora, São Bernardo abade de Claraval, falou sobre a vida que devem levar aqueles que combatem por Jesus Cristo, com estas palavras:

“Quando se aproxima a hora do combate, armam-se de fé os cavaleiros, abrem-se a Deus em sua alma e cobrem-se, por fora, de ferro, não de ouro, a fim de que assim sejam bem apercebidos de armas, não adornados com jóias, infundam medo e pavor aos seus inimigos, sem excitar sua cobiça.” 

Aqui a gente vê a prudência do santo. No tempo da guerra medieval muitos cavaleiros tomados por um certo mundanismo que invadia o ambiente da Cavalaria, gostavam de se apresentar com couraças de ouro ou prata, recamadas de pedras preciosas.

Agora, acontece que o ouro e a prata oferecem ao adversário um obstáculo muito menos forte do que o ferro.



Por outro lado, quando os maometanos viam uma couraça de ouro e de prata reluzente de pedras preciosas, o gênio comercial fazia com que houvesse o desejo de apreender aquilo que ingenuamente estava rutilando de objetos dignos de cobiça.

Então, São Bernardo entra argutamente no assunto e diz: para quem combate seriamente por Jesus Cristo, nada de mundanismo, nada de couraças que atraem o ódio do adversário, atraem a cobiça do adversário e não lhe metem medo.

Nós precisamos ter couraças que metam medo e não atraiam a cobiça. Quer dizer, é um modo de apresentar onde se apalpa a prudência do santo.

“É preciso ter cavalos fortes e velozes, não formosos e bem ajaezados”.

Oração antes de combate
Oração antes de combate
A outra ideia é lembrar exatamente que o cavalo bonito em batalha não serve; e é preciso ter cavalos fortes e velozes também.

Cavalo veloz serve para ir para a frente, mas para trás também.

Mas a questão é que quando é preciso recuar, na hora de recuar, é preciso recuar.

E se há um momento em que a virtude da prudência manda fugir, é preciso saber fugir.

O cavalo veloz é muito bom para o ataque, porque o impacto da lança do adversário está em razão da velocidade do cavalo.

Mas, por outro lado, o cavalo veloz é muito bom na hora da fuga e a gente vê que São Bernardo estima o cavalo para os dois efeitos. Então, ele dá essa recomendação absolutamente pertinente.

Ele continua:

“pois o verdadeiro cavaleiro pensa mais em vencer do que em fazer proezas”.

Como isto é bem achado!

A proeza não adianta de nada, o que adianta é vitória.

O que o cavaleiro quer é esmagar o inimigo e implantar o Reino de Maria.

Se um tal processo, ou tal outro processo dá mais resultado mais vistoso ou menos, pouco importa. O que é preciso é alcançar o resultado.

“e os cavaleiros mundanos precisamente o que desejam é causar admiração e pasmo e não causar medo”.

A defesa de Acre pelos cavaleiros de Malta
A defesa de Acre pelos cavaleiros de Malta
Ora, diz ele, o que é preciso para um cavaleiro católico é causar turbação e medo.

Depois ele continua:

“Mostrando-se em tudo verdadeiros israelitas, que se adiantam ao combate pacífica e sossegadamente; mas apenas o clarim dá o sinal do ataque, deixando subitamente sua natural benignidade, parecem gritar com o salmista: Não temos odiado, Senhor, aos que te aborrecem? Não temos consumido de dor, ao ver a conduta de teus inimigos?”

Quer dizer, o exército católico marcha calmo e tranquilo em direção ao adversário. Quando chega perto, exclama: Senhor, não é verdade que odiamos o teu adversário? E começa então uma batalha que ninguém agüenta, que ninguém é capaz de deter, uma investida que ninguém é capaz de deter.

O contraste é magnífico: calma, fleuma, reflexão, e depois, em determinado momento, o ataque furioso. Esse ataque só o homem refletido faz; o homem irrefletido não faz.

É toda uma apologia da reflexão dirigindo todas as coisas, ou seja, da sabedoria dirigindo todas as coisas.

(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 3.12.66, sem revisão do autor).




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