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Como passar do caos à Civilização. A obra beneditina

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São Bento
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






No Oriente houve santos ermitões que poucas vezes comiam ou dormiam, outros ficavam em pé sem movimento semanas a fio, ou encerravam-se em túmulos durante anos. São vocações especiais.

No Ocidente, o monaquismo foi estruturado por São Bento de Núrsia.

Sua regra é de uma moderação e de um senso da ordem admiráveis.

Até inícios do século XIV os beneditinos tinham dado à Igreja 24 Papas, 200 cardeais, 7.000 arcebispos, 15.000 bispos e 1.500 santos canonizados. Em seu auge, a Ordem Beneditina reuniu 37.000 mosteiros.

E não é uma questão apenas de números.

A Ordem era tão admirada, que nela foram concluir seus dias 24 imperadores, 10 imperatrizes, 42 reis e 15 rainhas.

Essa colossal rede monástica explica a transformação do caos que existia no início da Idade Média, na civilização por excelência, a despeito de invasões e guerras.

Quando os gregos sofreram a invasão dos dórios no século XII a.C., recaíram durante três séculos no analfabetismo.

 copista medieval
O engajamento dos monges medievais com a leitura, escrita e educação evitou esse terrível destino aos europeus, após a catástrofe da queda do Império Romano do Ocidente.

Não menos devastadoras foram as invasões posteriores de vikings, saxões, magiares ou maometanos.

Mas a determinação inabalável de bispos e monges salvou a Europa de um segundo colapso.

De acordo com o historiador malês Cristopher Dawson, as hordas saquearam mosteiros e queimaram bibliotecas, mas os monges impediram que a luz do conhecimento fosse extinta.

Alguns mosteiros ficaram célebres pelo domínio de certos ramos do saber.

Os monges de Saint-Bénigne em Dijon, na França, davam aulas de medicina.

Universidade de Salamanca
Os do mosteiro de Saint-Gall mantinham uma escola de pintura e gravação.

Em conventos alemães podiam-se assistir aulas em grego, hebreu e árabe.

Os monges tinham devoção pelos livros e embelezavam os manuscritos, especialmente as Escrituras, com artísticas iluminuras.

São Bento Biscop, fundador do mosteiro de Wearmouth (Inglaterra), mandava trazer livros de toda parte.

São Maïeul, abade de Cluny (na França), viajava sempre com um livro à mão. São Hugo de Lincoln, prior de Witham, primeira cartuxa na Inglaterra, explicou: 
"Nossos livros são nossa delícia e nossa riqueza em tempos de paz, nossas armas ofensivas e defensivas em tempo de guerra, nosso alimento quando temos fome, e nosso medicamento quando estamos doentes".

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