Nobre cavaleiro medieval |
Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A imagem representa um nobre.
Alguém diria:
“Que diferença! Como é mais agradável ser este nobre!
“Olha como ele é bonitão, como ele está bem armado, como ele cerra de cima!
“Que majestade que tem esse homem! Eu gostaria de ser mais esse homem do que um burguês”.
A resposta é imediata:
“Meu caro, tem bom gosto! Mas, antes de optar, pense um pouco. Os nobres eram os guerreiros da sociedade. A Idade Média não tinha serviço militar obrigatório.
“Só quando a cidade ou a região era atacada que os habitantes da cidade deviam defendê-la. Se o inimigo fugisse, acabava a guerra para eles; se o inimigo tomasse a cidade, também os habitantes desta ficavam lá. O inimigo ia embora e eles ficavam na paz.
“Mas o nobre, não. O nobre tinha obrigação de defender o país. E quando o rei convocava para a guerra, o nobre tinha que ir, pagando de seu bolso os soldados que ele levava.
“O nobre era a classe militar – que derramava seu sangue em todos os campos de batalha da Europa.
Burguês medieval no inverno, col. Lewis E M 011-19 |
“Era a classe, portanto, também dos que tinham poder, dos que eram cercados de admiração e de respeito, porque eram o muro vivo da nacionalidade”.
Agora: imagine se se oferecesse aos indivíduos de hoje esta escolha:
“Vocês vão ser nobres, mas quando houver guerra, é só por cima de vocês. Nós não vamos para a guerra”. - O leitor acha que haveria muitos nobres hoje?
Quantos queriam ser nobres?
Santo Hermenegildo, Francisco de Zurbarán |
Não seriam muitos.
Agora, por quê?
Porque a tarefa da guerra era dura e o nobre medieval era um esplêndido batalhador.
Então, quando dizem que os nobres sugavam o povo com impostos, perguntem isso: se eles queriam ser nobres a esse preço, e muitos vão ficar muito embaraçados.
A imagem ao lado é de um guerreiro medieval. É pintado por um pintor de um pouco depois da Idade Média, o grande pintor Zurbarán, e representa um príncipe espanhol Santo Hermenegildo (564–585), filho do rei visigodo Leovigildo.
O pintor o apresenta com suas insígnias de príncipe e com a arma de guerra usada em seu martírio, pois ele recusou aceitar a heresia ariana dominante em sua régia família.
O quadro representa muito bem a estampa de um nobre guerreiro medieval e sua disposição continuada para a guerra e para a morte pelo bem do país e da Igreja.
Junto com São Fernando III, Rei de Castela, é o santo patrono da monarquia espanhola.
(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 22.04.73. Sem revisão do autor.)