Homenagem de Eduardo I a Felipe o Belo da França |
Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
As obrigações que ligam o vassalo a seu senhor levam à reciprocidade: “O senhor deve tanta fidelidade e lealdade a seu homem como o homem a seu senhor” — diz Beaumanoir.
Esta noção de dever recíproco, de serviço mútuo, se encontra muitas vezes em textos, tanto literários como jurídicos.
“O senhor deve mais reconhecimento a seu vassalo do que este a seu senhor” — observa Etienne de Fougères no seu “Livre des Manières”.
Philippe de Novare comenta em apoio dessa constatação:
“Aqueles que recebem serviços e jamais o recompensam bebendo de seus servos o suor, que lhes é veneno mortal ao corpo e à alma”.
De onde vem a máxima: “Ao bem servir convém recompensar”.
Exige-se da nobreza mais compostura e retidão moral que dos outros membros da sociedade.
Por uma mesma falta, a pena aplicada a um nobre será muito superior à de um plebeu.
Carlos de Orleans recebe homenagem de um vasalo |
Segundo os Établissements de Saint Louis, a falta pela qual um homem costumeiro — isto é, um plebeu — pagava 50 soldos de multa acarretava para um nobre o confisco de todos os seus bens móveis.
Isto se encontra também nos estatutos de diversas cidades.
Os de Pamier fixam assim a tarifa de multas em caso de roubos: vinte libras para o barão, dez para o cavaleiro, cem soldos para o burguês, vinte soldos para o vilão.
(Autor: Régine Pernoud, “Lumière du Moyen Âge”, Bernard Grasset Éditeur, Paris, 1944)