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Admiração das catedrais: escola de sabedoria e santidade

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Catedral de Salisbury, Inglaterra
Catedral de Salisbury, Inglaterra

Quando nós vemos a Catedral de pedra e o povo que passa, entra e sai, podemos dizer: “Como os homens gostam dela!”

Podemos dizer também: “Deus, no mais alto do Céu, como gosta dela!”

Mais do que isso, Deus no mais alto do Céu gostou, e Nossa Senhora gostou do nosso encanto por aquela Catedral.

Porque mais belo do que a Catedral é o amor que o homem tem à Catedral.

Porque o homem é a obra-prima de Deus nesse universo visível.

E todos os movimentos de alma, para amar aquilo que o Espírito Santo sugeriu para a glória de Deus, são mais belos do que as coisas materiais que o homem faz.

E quando nós sorrimos para a Catedral, Deus e Nossa Senhora sorriem para nós.

E assim é o tesouro de belezas que há no fundo da alma do inocente.

É uma forma de luz.


“Quem não sabe o que procura, não sabe o que encontra”.

Esse ditado, tão verdadeiro, tem a sua limitação.

Às vezes, os grandes encontros de nossa vida são das coisas que nós não sabíamos que procurávamos.

Procurávamos sem saber, porque não há palavras capazes de as exprimir adequadamente.

O melhor de nossa alma está no que nós procuramos sem ter palavras para saber exprimir. E quando encontramos, não temos palavras para suficientemente louvar.

Catedral Santa Cecília, Albi, França
Catedral Santa Cecília, Albi, França
E esse encontro com o que está acima de qualquer louvor comunica uma alegria inexprimível para nossa alma. Aí está o sentido da vida.

Um homem que ao longo de sua vida encontrou o que ele deveria procurar, pode dizer: “Eu vivi!”.

Se ele não encontrou, pode dizer:

“Eu andei pela vida como um cão sem dono. Comi nas latas de lixo, bebi nas sarjetas, descansei na garoa, na lama, na chuva ou no sol, mas eu não vivi.

“Por quê? Porque eu não encontrei a mão amiga que me agradasse, não encontrei o dono bom que me afagasse.

“Eu, cachorro, fui feito para a fidelidade, fui feito para servir, e não encontrei a quem servir. Passei uma vida vazia e morri de qualquer jeito”.

Assim poderia dizer um de nós que não encontrasse aquilo que procurava.

Quando o menino vai se fazendo moço, depois varão, e daí para frente, e essa procura vai sendo satisfeita ao longo de sua vida, ele acaba encontrando a sabedoria.

Da qual nos diz a Escritura que ela é como uma mendiga que bate à porta de todo o mundo, desde a manhã, à espera que abram.

Portanto, à porta de nossas almas, de madrugada, a toda hora, ela espera que acordemos para se oferecer a nós com o seu esplendor de rainha, com as suas carícias de mãe, com as suas iluminações incomparáveis.

E a alma inocente que encontra as belezas que deviam encontrar e amar perfaz o caminho da sabedoria e começa a atingir a santidade.

Quando ela encontra e se maravilha com a beleza de uma catedral, de um castelo, de uma alma, ou o que for, já acha a raiz da santidade.

Catedral de Santo Estevão, Viena
Catedral de Santo Estevão, Viena
O homem que encontra assim a sabedoria e se deixa guiar por ela, diz diante da Santa Igreja Católica Apostólica Romana:

“É preciso parar. Aqui há um mistério. Daqui sai tudo! Esta é a maravilha das maravilhas! Aqui eu me dou, e já de uma vez!

“Mas, dentro dessa maravilha, quanta maravilha para ver! Quanta coisa na Igreja!

“Depois a gente vai vendo, quanta coisa na Civilização Cristã que a Igreja inspirou, quanta coisa no passado católico! Olhe isto, olhe aquilo, olhe aquilo outro!”.

É assim que cada um de nós vai fazendo uma espécie de museu interior com todas essas impressões.

Esse “museu” é mais belo do que qualquer sala adornada. Nele nós recolhemos as lembranças das coisas que nos tocaram a alma, das coisas diante das quais ficamos como que sem respiração e sem saber o que dizer.

A lembrança desses momentos em que nós ficamos num tal ponto de entusiasmo, de satisfação e de equilíbrio que nós não sabemos nem sequer o que dizer.

E depois olhamos para os outros, e perguntamos: “Será que eles também não veem?”

Vem a indagação: “Não. Eu vi sozinho, mas vi. E para mim, eu prefiro ficar com aquilo que eu vi só, e ficar só sem os outros, do que ir atrás dos outros e perder aquilo que eu vi.”

E então, ao longo dos tempos, a gente coleciona coisas que viu, impressões que teve, raciocínios que fez, deliberações que tomou, gestos que presenciou, de bem, de verdadeiro, de bom e de belo.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência proferida em 13/10/79. Sem revisão do autor).



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A galáxia das catedrais que poderiam ter existido – uma pálida amostra da beleza de Deus

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Catedral de York, Inglaterra
Catedral de York, Inglaterra
Contemplando maravilhada e desinteressadamente uma catedral gótica, do fundo de nossas almas sobe uma coisa que é luz, superluz.

Mas, ao mesmo tempo, é penumbra ou obscuridade sem ser treva.

É a ideia de todas as catedrais góticas do mundo – as que foram construídas e as que não foram – dando uma ideia de conjunto de Deus que, entretanto, ainda é infinitamente mais do que esse cojunto.

Essa contemplação nos leva para o espírito que inspirou todas essas catedrais.

E aí, realmente, nós vivemos mais no Céu do que na Terra.

Aí o nosso desejo de uma outra vida, de conhecer um Outro – tão interno em mim, que é mais eu do que eu mesmo sou eu, mas tão superior a mim que eu não sou nem sequer um grão de poeira em comparação com Ele –, esse desejo se realiza.

A alma diz: “Ah, eu compreendo, o Céu deve ser assim!”

Por que o Céu?

Porque o homem sabe perfeitamente que um caco de vidro é um caco de vidro. Ele sabe que o sol não é senão o sol.

E que tudo o que existe seria uma ilusão se não fosse a expressão de um Ser infinitamente maior que se oculta aos nossos sentidos, mas que se mostra através desses símbolos.


Que toda essa feeria de belezas que existem, e o número ainda muito maior das que poderiam ter existido seriam absurdos, se esse Ser não existisse oculto atrás das belezas das catedrais e mostrando-se através delas.

Ora, como não é possível que tanta ordem e tanta beleza sejam absurdas, a conclusão é que Deus existe e se manifesta através delas!

No fundo, sem perceber, amando aquele rubi, ou aquele jogo de luz, ou aquele vitral, amando a alma que ama aquele vitral mais do que o vitral ele mesmo, nós amamos ainda mais o puríssimo Espírito eterno e invisível que criou tudo aquilo, e que por meio dessas belezas sublimes nos diz:

Catedral de Burgos, Espanha
Catedral de Burgos, Espanha
“Meu filho, Eu existo. Ame-me e compreenda: isto é semelhante a Mim.

“Mas, sobretudo, por mais belo que isto seja, Eu sou infinitamente dessemelhante disto, por uma forma de beleza tão quintessenciada e superior, que é só quando me vires que verdadeiramente te darás conta do que Eu sou.

“Vem, meu filho, vem que eu te espero!

“Luta por mais algum tempo, que Eu estou me preparando para te mostrar no Céu belezas ainda maiores, na proporção em que for grande e dura a tua luta.

“Espera que, quando estiveres pronto para veres aquilo que Eu tinha intenção de que visses quando Eu te criei, Eu te chamarei.

“Meu filho, sou Eu a tua Catedral!

“A Catedral demasiadamente grande!

“A Catedral demasiadamente bela!

“A Catedral que fez florescer nos lábios da Virgem um sorriso como nenhuma joia fez florescer, nenhuma rosa, e nem sequer nenhuma das meras criaturas que Ela conheceu.”

Essa Catedral é Nosso Senhor Jesus Cristo.

É o Coração de Jesus, que tirou do Coração de Maria harmonias como ninguém tirou. Ali, tu o conhecerás.

Ele disse de Si: “Serei Eu mesmo a vossa recompensa demasiadamente grande.”

E quando a gente vê monumentos desses, a gente tem uma sensação do demasiadamente grande.

Mas de um demasiadamente delicioso que não tem proporção conosco, mas para o qual nós voamos.

É a esperança do Céu.


(Autor: Plínio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência proferida em 13/10/79. Sem revisão do autor).




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A luz fugidia dos vitrais falando de Deus como nenhuma outra coisa consegue

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Luz de um vitral batendo na pedra do chão
A luz da graça que desceu no começo da construção da Cristandade foi se definindo à medida em que ia tomando conta a Civilização Cristã nascente.

E os artistas e o povo iam se enchendo cada vez mais dessa luz.

Por isso se podia dizer de muito católico medieval aquilo que por excelência se diz dos santos: “Ele é luz”.

Poderia se dizer: “A luz se chama fulano”.

A luz penetrava nele e parecia criada só para estar dentro dele.

Exatamente como num belo vitral onde bate um raio de sol: bate tão bem e passa uma luz tão bonita que se diria que o sol existe para enviar aquele raio para aquele vitral.

E quando a luz do sol atravessa o vitral, projeta no chão não sei que rubi, que esmeralda, que safira ou que topázio.

A impressão é que aquela luz existe para projetar aquela joia no chão. Ainda por cima, a luz vai andando e transformando cada centímetro do granito do chão sucessivamente em joia.

Até que, a tarefa cumprida, a joia vai se desbotando enquanto o sol vai saindo.

A gente já não vê a luz no chão, mas vê ainda o vitral e os últimos lampejos do dia que se manifestam naqueles pedaços que formam o vitral que encantou a gente: verde, vermelho, azul, amarelo, sei lá o quê.

A gente ainda olha.

Quando o sol se põe, a gente tem vontade de dizer:

“Eu também vou dormir, porque eu tive o meu dia cheio. Eu vi a joia passar pelo granito da Catedral!”

Esses encontros de alma definem a vida do católico, e como que falam para nós mais ou menos o seguinte:

“Você foi feito para isto; isto foi feito para você.

“E de tal maneira você ama isto, que se diria que isto existe para você, que isto é você, ou que você é aquilo.

“E quando você lembra daquilo, tem a impressão de ver aquilo que nem está presente, mas que está presente na sua alma.

“Dessa forma você vê, naquele jogo fugidio de cores, o próprio Deus de um modo mais belo que em qualquer realidade policromada e material que existe por aí”.



(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência proferida em 13/10/79. Sem revisão do autor).




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Monges trapistas fazem a melhor cerveja do mundo

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30 garrafas de Westvleteren XII com seus copos
e a caixa (no fundo) para presente
A cerveja Westvleteren XII, produzida na Abadia de São Sixto de Westvleteren (Bélgica), há anos vem sendo eleita a melhor do mundo por milhares de especialistas.

Em conseqüência, os pedidos dessa bebida se multiplicaram, a cerveja se esgotou e muitos clientes exigiram aumento de produção.

A abadia, contudo, não pretende faze-lo. “Para nós, a vida na abadia vem primeiro, não a cervejaria” — explicou o monge Mark Bode ao jornal "De Morgen".

Na abadia, cerca de 30 monges trapistas levam uma vida de reclusão, orações e trabalho manual.

Neste ano (2013) a cerveja Westvleteren XII voltou a ser apontada como “a melhor cerveja do mundo” (“Best Beer in the World”). Confira no site Ratebeer.

A imprensa especializada se pergunta como isso pode ser possível, superando em qualidade os maiores holdings e empresas de cerveja do mundo.

Muitos pequenos fabricantes tentam imitar seus procedimentos.

Uma das maiores dificuldades dos monges de São Sixto é que a Westvleteren é tão procurada que se esgota logo.

Os monges trapistas ficam então obrigados a vender quantias limitadas por cliente.

Os monges não acostumam dar entrevistas e a mídia em geral se sente incomodada não sendo recebida.

Também os frades não fazem propaganda de suas cervejas. Acresce o fato que a cerveja monástica é vendida sem etiqueta desde 1945.

Porém, para cortar o caminho a maledicências, o monge Mark Bode ratificou à imprensa que a abadia não tem intenção de aumentar a produção malgrado a demanda.

“Nós fazemos a cerveja para viver, mas nós não vivemos para fazer cerveja”, esclareceu. O eventual lucro excedente é destinado a obras de caridade.

Os monges de São Sixto não ligam para a fama justamente conquistada pelas suas cervejas.

Os visitantes não-monásticos da abadia em geral são dissuadidos para não entrar, mas podem encontrar informação num centro sobre a abadia e as cervejas.

Os frades desejam produzir só o necessário para a comunidade poder prosseguir sua vida de oração, silencio e contemplação.

Restos ainda vivos da Idade Média, época que no ensinamento de S.S.Leão XIII, a filosofia do Evangelho impregnava as instituições e a civilização produziu frutos superiores a toda expectativa.




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“Os 12 dias de Natal”: canção e catecismo secreto dos católicos perseguidos

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São Gabriel, Rodez, França
São Gabriel, Rodez, França

Há uma bela música de Natal inglesa intitulada Twelve Days of Christmas (Os 12 dias do Natal), pouco conhecida entre nós, e que surgiu durante a época da perseguição anglicana contra os católicos naquele país, no século XVI.

Com a pseudo-reforma protestante, países como a Inglaterra, ao abandonarem o regaço da Santa Igreja e caírem na heresia, começaram a perseguir os católicos, tornando quase impossível a prática da verdadeira Religião.

Para comunicar aos fiéis a sã doutrina e poderem celebrar sem medo de represálias o Natal do Salvador, segundo a tradição da Santa Igreja, católicos ingleses compuseram tal música, que é um catecismo secreto, porquanto expressa em símbolos a rea¬lidade de nossa fé.

Ela foi também utilizada muitas vezes pelos católicos durante as perseguições anticristãs e anti-monárquicas da Revolução Francesa.


Video: “Os 12 dias de Natal”




Ei-la:

“No primeiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: uma perdiz numa pereira.

No segundo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 2 pombas-rolas e uma perdiz numa pereira.

No terceiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 3 galinhas francesas, 2 pombas-rolas e uma perdiz numa pereira”. (Dia após dia, ela vai narrando, em ordem decrescente, o que o “meu amor deu-me”).

Anjos da Borgonha, França
Anjos da Borgonha, França
“No quarto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 4 pássaros cantando...

No quinto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 5 anéis dourados...

No sexto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 6 gansos chocando...

No sétimo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 7 cisnes nadando...

No oitavo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 8 servas ordenhando...

No nono dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 9 senhoras dançando...

No décimo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 10 lordes saltando...

No décimo primeiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 11 flautistas tocando...”

E termina dizendo:

“No décimo segundo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 12 tocadores de tambor, 11 flautistas tocando, 10 lordes saltando, 9 senhoras dançando, 8 servas ordenhando, 7 cisnes nadando, 6 gansos chocando, 5 anéis dourados, 4 pássaros cantando, 3 galinhas francesas, 2 pombas-rolas e uma perdiz numa pereira...”

Qual o significado da letra dessa música?

1º dia: O meu verdadeiro amor é Deus Pai. E a perdiz na pereira simboliza Nosso Senhor Jesus Cristo. A perdiz é um animal corajoso, capaz de lutar até a morte para defender seus filhotes. E a pereira representa a Cruz.

O anjo traz a estrela de Belém. Presépio Convento Carboneras. Madri, Espanha
O anjo traz a estrela de Belém.
Presépio Convento Carboneras. Madri, Espanha
2º dia: Duas pombas-rolas representam o Antigo e o Novo Testamento. Durante séculos, judeus ofereciam pombas a Deus. As duas pombas lembram o sacrifício de Nossa Senhora e São José oferecido por Nosso Senhor.

3º dia: Três galinhas francesas representam as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Essas galinhas eram muito caras durante o século XVI e só os ricos tinham condições de comprá-las. Simbolizavam os três presentes ofertados pelos Reis Magos a Nosso Senhor: ouro, o mais precioso dos metais; incenso, usado nas cerimônias religiosas solenes; e a mirra, uma especiaria sem igual.

4º dia: Quatro pássaros cantando representam os quatro Evangelhos. Neles estão contidos a vida de Nosso Senhor e seus ensinamentos. Como pássaros cantando de modo claro e em alta voz, os quatro Evangelistas espalham por todo o mundo a Boa-Nova da Vida, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

5º dia: Cinco anéis dourados representam os cinco primeiros livros do Antigo Testamento ou o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), que lembravam aos católicos suas raízes. Os judeus consideravam esses livros mais valiosos que o ouro. E depois que a devoção do Rosário tornou-se mais conhecida, lembravam as cinco dezenas do Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria.

6º dia: Seis gansos chocando representam os seis dias que Deus empregou na criação da Terra, do Universo e das criaturas. Os seis gansos chocando ovos recordam como a Palavra deu vida à Terra.

7º dia: Sete cisnes nadando representam os sete sacramentos e também os sete dons do Espírito Santo. Com os sacramentos e os dons, os fiéis poderiam sustentar-se através dos tempos de perseguição. Como os filhotes de cisnes transformam-se de patinhos feios em belos cisnes, assim a graça de Deus nos transforma de simples criaturas em filhos de Deus.

8º dia: Oito servas ordenhando representam as oito bem-aventuranças pregadas por Nosso Senhor no Sermão da Montanha. As bem-aventuranças, como o leite, alimentam e nutrem o católico.

Presépio do Convento Carboneras, Madri
Presépio do Convento Carboneras, Madri
9º dia: Nove senhoras dançando são os nove frutos do Espírito Santo (Gal. 5, 22-23): caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura e temperança.

Da mesma forma como as senhoras que dançam alegres, os cristãos podem alegrar-se com a vida transformada pelos frutos do Espírito Santo.

10º dia: Dez Lordes pulando simbolizam os 10 Mandamentos da Lei de Deus. Os Lordes eram homens com autoridade para governar e disciplinar o povo.

11º dia: Onze flautistas tocando representam os 11 Apóstolos que permaneceram fiéis a Nosso Senhor, após a infame traição de Judas. Como crianças que seguem alegremente o flautista, esses discípulos acompanharam a Jesus. Eles também chamaram outros a segui-Lo. E tocaram uma canção eterna: a mensagem de salvação e da ressurreição após a morte.

12º dia: Doze tocadores de tambor representam os doze artigos do Credo. Assim como eles tocam sonoramente para que os outros acompanhem o ritmo da música, o Credo revela a fé daqueles que são chamados cristãos.

Muitas pessoas não imaginam quais são esses 12 Dias de Natal. Trata-se dos dias entre o Natal e a Festa da Epifania, a qual é tradicionalmente celebrada no dia 6 de janeiro.




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Árvore de Cristo

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Árvore de Natal, Mittenwald, Baviera, Alemanha
Árvore de Natal, Mittenwald, Baviera, Alemanha
Depois do Presépio, a Árvore de Natal é o símbolo mais expressivo da época natalina — sobretudo em tempos passados, nos quais o aspecto comercial do Natal não era tão protuberante e agressivo.

O inventor da árvore de Natal foi São Bonifácio, o apóstolo e evangelizador da Alemanha.

Em 723 São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar.

Para convencer o povo e os druidas de que não era uma árvore sagrada, ele abateu-a.

Esse acontecimento é considerado o início formal da cristianização da Alemanha.

Na queda, o carvalho destruiu tudo o que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro.

Segundo a tradição, São Bonifácio interpretou esse fato como um milagre. Era o período do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou:

São Bonifácio derruba árvore sagrada pagã.  Emil Doepler (1855 – 1922).  Uma santa truculência atraiu a bênção da árvore de Natal.
São Bonifácio derruba árvore sagrada pagã.
Emil Doepler (1855 – 1922).
Uma santa truculência atraiu a bênção da árvore natalina.
“Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus”.

O costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus começou e estendeu- se pela Alemanha.

E no século XIX, a Árvore de Natal — também conhecida em alguns países europeus como a “Árvore de Cristo” — espalhou-se pelo mundo inteiro como símbolo da alegria própria ao Natal para se festejar o nascimento do Divino Infante.

(Fonte: Guia de Curiosidades Católicas, Evaristo Eduardo de Miranda)




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Criança recém-nascida, mas Rei de toda majestade e de toda glória

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O Divino Infante, com majestade de verdadeiro Rei, repousa em seu presépio, embora seja ainda uma criança recém-nascida.

Ele, Rei de toda majestade e de toda glória, o criador do Céu e da Terra, Deus encarnado feito homem.

Ele, detentor desde o primeiro instante de seu ser — portanto já no claustro de Nossa Senhora — de mais majestade, mais grandeza, mais manifestações de força e de poder que todos os homens, em toda a História da humanidade.

Ele, conhecedor de todas as coisas, sabendo incomparavelmente mais do que qualquer cientista.

Ele, em vários momentos, manifestando na fisionomia, sempre variável, esta majestade feita de sabedoria, de santidade, de ciência e de poder.

Imaginemos perceber tudo isso misteriosamente expresso na fisionomia desse Menino.




Às vezes ao mover-se e no movimento aparecendo sua faceta de Rei.

Abrindo os olhos e no olhar externando um fulgor de tal profundidade que n`Ele divisamos um grande sábio.

Rodeando-O, uma atmosfera que nimba de santidade todos aqueles que d`Ele se acercam.

Uma atmosfera de pureza tal, que as pessoas não se aproximam daquele local sem antes pedir perdão por seus pecados; mas, ao mesmo tempo, sentindo-se atraídas à emenda pela santidade que emana daquele sagrado recinto.



(Fonte: Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, 29-12-1973. Sem revisão do autor. “Catolicismo”)






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Árvore de Natal: uma tradição medievalcriada por Santos e reis católicos

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O costume de ornar um pinheiro nas festas de Natal data dos tempos do Papa São Gregório Magno (540-604), que impulsionou a cristianização das tribos germânicas no início da época medieval.

Estas tribos tinham o costume esdrúxulo de adorarem árvores e lhes oferecerem sacrifícios.

Os missionários e monges aproveitaram então a forma triangular do pinheiro para explicar aos bárbaros o mistério da Santíssima Trindade.

Mas as coisas não eram fáceis.

A primeira árvore de Natal remonta ao longínquo ano 615. São Columbano, monge irlandês fora à França para abrir mosteiros.

Mas a indiferença dos habitantes era tal que ele estava quase desanimando.

Numa noite de Natal, teve ele a ideia de cortar um pinheiro, única árvore verde nessa época do ano e iluminá-lo com tochas.

Todo mundo ficou intrigado.

A aldeia correu em peso a ver a maravilha.

Então o santo monge pregou o nascimento do Menino Jesus!

Mas são muitas as cidades que disputam a autoria da encantadora árvore.

Segundo muitos, ela nasceu na Alsácia.

Lá, na cidade amuralhada de Sélestat, o imperador Carlos Magno passou a Santa Noite do ano 775.

Teria sido ele o inspirador da primeira árvore de Natal.

Posteriormente, os habitantes da cidade deram forma definitiva à árvore natalina católica.

Porém, o documento mais antigo que há em Sélestat é de 1521.

A cidade de Riga, na Letônia, diz ter sido a primeira em expor uma árvore de Natal no ano do Senhor de 1510.

É certo que no século XVI a árvore de Natal era montada no coro das igrejas da Alsácia representando a árvore do Paraíso.

Ela era ornamentada com maçãs para lembrar o fruto da tentação dos primeiros pais.

Mas tinha também representações de hóstias figurando os frutos da Redenção.

Elas também contavam com anjos, estrelas de papel e muitas outras decorações.

Escolhendo a árvore do Paraíso como símbolo das festividades do Natal, a Igreja Católica estabeleceu uma ponte entre o pecado de Adão e Eva numa extremidade, e a vinda de Jesus, o novo Adão que veio regenerar a humanidade nascendo do seio virginal da nova Eva, Nossa Senhora, na outra.

É fato assente que o costume generalizou-se na França quando a princesa Hélène de Mecklembourg o trouxe a Paris em 1837, após seu casamento com o duque d’Orléans.

Em 1841, o príncipe consorte Alberto, esposo da rainha Vitória da Inglaterra, ergueu uma árvore de Natal no castelo de Windsor.

A partir da corte inglesa, então a mais influente da terra, o católico costume propagou-se para todo o povo inglês, e de ali para o mundo inteiro.




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Feliz Natal e bom Ano Novo!

No 1200º aniversário: Carlos Magno sob a luz dourada da História e da lenda

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Busto-relicário de Carlos Magno.
Fundo: catedral de Aachen, Alemanha, capital de seu império
Em 28 de janeiro de 2014, a Cristandade vai comemorar 1.200 anos do falecimento do imperador Carlos Magno (*748–†814).

Em sua pessoa o Papa instituiu o Sacro Império Romano Germánico, obra prima da ordem social e política cristã, hoje infelizmente posta de lado.

Eventos culturais do mais alto nível estão anunciados pela Europa toda para comemorar a data.

O Museu Nacional da Suíça, por exemplo, lhe consagra uma exposição especial reunindo objetos prestigiosos, verdadeiras relíquias, emprestados por numerosos museus e instituições suícas e estrangeiras.

É difícil, reconhecem os organizadores, montar o quadro completo dos imensos progresos que o grande imperador católico, venerado em certas dioceses como Beato, trouxe para a Civilização Cristã.

No domínios da educação, da arte, da arquitetura e da religião não houve como ele.

Salas temáticas serão consagradas à personalidade do grande Carlos e seus colaboradores mais próximos. A seu império, aos conventos, igrejas e palácios que mandou construir e retratam de modo vivo sua época de influência pessoal nas décadas de 740 a 900.

Todo um outro tema é o culto devotado a Carlos Magno pela Igreja Católica.

E ainda outro é a extraordinária produção de lendas que o povo foi criando em torno de sua magnífica e riquíssima personalidade após sua morte.

Não é tão importante saber se o Carlos Magno histórico correspondeu à legenda. Pois há, além do Carlos Magno histórico, o Carlos Magno da lenda.

Na história, entrementes, vê-se bem como o Carlos Magno da legenda contém toda uma teoria do rei perfeito elaborada pelo espírito popular.

Então, compreende-se bem a importância histórica da legenda.

O Carlos Magno da legenda teve mais influência na história do que o Carlos Magno da realidade, pois correspondeu a um anseio profundo dos homens.

Foi a câmara escura da mente popular que elaborou o Carlos Magno da legenda, o rei perfeito.

Vê-se aqui bem como trabalha o mais fundo do subconsciente humano, como ele tem noções difíceis de formular em abstrato, e que os especialistas de biblioteca muitas e muitas vezes não compreendem bem.

Compreende-se o bem o ato de virtude que fizeram os povos cristãos elaborando a imagem do imperador ideal.

Mas se compreende também quão fundo caiu o homem moderno, “liberado” das “crendices” medievais.

Basta ver a TV, os jornais ou a Internet. Onde há alguém, histórico ou legendário que chegue aos pés do grande Carlos?

Iniciamos hoje uma série de posts sobre o imperador Carlos Magno na lenda e também – e quanto! – na História cristã.




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Carlos Magno: o Moisés da Cristandade medieval

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Carlos Magno, iluminura do século XV. British Library
Carlos Magno, iluminura do século XV.
British Library

Leia o post anterior

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira teceu os seguinte comentários sobre o grande imperador:

Nós lemos o seguinte sobre Carlos Magno, na grande “História Universal” de João Baptista von Weiss, historiador alemão católico condecorado pelo Papa Beato Pio IX com a Ordem de São Gregório:

Em 772, com 30 anos, Carlos tomou o governo do reino dos francos. Com razão Carlos se chamou Magno. Mereceu esse nome como general e conquistador, como ordenador e legislador de seu imenso império e como incentivador de toda a vida espiritual do Ocidente.

Por seu governo, as idéias cristãs alcançaram vitórias sobre os bárbaros. Sua vida foi uma constante luta contra a grosseria e a barbárie, que ameaçavam a Religião Católica e a nova cultura que nascia.

Nada menos que 53 expedições militares foram por ele empreendidas, a saber: dezoito contra os saxões, uma contra a Aquitânia, cinco contra os lombardos, sete contra os árabes, da Espanha, uma contra os turíngeos, quatro contra os ávaros, duas contra os bretões, uma contra os bávaros, quatro contra os eslavos, cinco contra os sarracenos da Itália, três contra os dinamarqueses e duas contra os gregos.

No Natal do ano de 800, o Papa São Leão o elevou à dignidade de Imperador, fundando assim a mais nobre instituição temporal da Cristandade, O Sacro Império Romano Alemão.

A 29 de fevereiro de 814, Carlos faleceu, depois de ter recebido a Sagrada Comunhão. Foi enterrado, segundo a legenda, em um nicho da Catedral de Aix-la-Chapelle, em posição ereta, sentado em um trono, cingido de espada e com o livro dos Evangelhos nas mãos.

É ele o modelo dos imperadores católicos, o protótipo do cavalheiro e a figura central da grande maioria das canções de gesta medievais”.

Quando se fala de Carlos Magno, de seus feitos e de sua grandeza, me vem à ideia a figura extraordinária de Moisés, também com seus feitos e sua grandeza.

Moisés estabeleceu a ordenação política e social do povo eleito, que era a pré-figura da Cristandade.

Ele recebeu a revelação dos Dez Mandamentos da Lei, o que levou o povo eleito até as portas da Terra Prometida, tirando-o do cativeiro.

Ele estabeleceu os elementos fundamentais para que o povo eleito se fixasse e dele viesse a nascer o futuro Salvador.

Moisés, catedral de Edinburgo, Escócia
Moisés, catedral de Edinburgo, Escócia
Carlos Magno teve uma tarefa que, considerada em essência, foi análoga à de Moisés.

Ele tomou o povo eleito verdadeiro, que não eram mais os judeus, que eram uma prefigura do povo eleito.

Mas o povo verdadeiro, que é o povo católico, que estava sujeito a uma servidão iminente da parte dos piores adversários.

E por uma luta tremenda, ele venceu esses adversários todos e estabeleceu os fundamentos da Civilização Cristã.

Para nós nos darmos ideia um pouco do que foi a tarefa de Carlos Magno, nós temos que considerar as condições de seu tempo.

Até o século V de nossa era, o Império Romano do Ocidente cobria toda a Europa Ocidental.

E, em linhas muito gerais, estendia as suas fronteiras desde o Reno e do Danúbio até Portugal, no sentido do Ocidente; até a Inglaterra no sentido do norte, e até a Itália no sentido do sul. Era portanto uma imensa unidade.

Ainda mais imensa porque as vias de comunicações muito mais lentas naquele tempo do que no nosso, faziam com que fosse muito difícil um imperador governar toda essa extensão.

De maneira que as dimensões do Império, calculadas em proporção com a máquina administrativa e política que deveria mantê-lo uno, eram proporções verdadeiramente gigantescas.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 30/10/72. Sem revisão do autor)



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Momento providencial em que apareceu Carlos Magno

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Carlos Magno implora a Deus a vitória na batalha.  Vitral de Carlos Magno. Catedral de Chartres, França.
Carlos Magno implora a Deus a vitória na batalha.
Vitral de Carlos Magno. Catedral de Chartres, França.

Leia o post anterior: Carlos Magno: o Moisés da Cristandade medieval


O Império romano cristianizado havia sido derrubado pela avalanche dos bárbaros. Os bárbaros eram todos eles ou arianos ou pagãos.

O arianismo era uma heresia que pode ser vagamente comparada ao protestantismo.

O ariano era tão anticatólico quanto o é o protestante, quer dizer, cortado da Igreja, herege, excomungado, inimigo.

Um bispo ariano chamado Úlfilas tinha pervertido os pagãos bárbaros para a religião ariana.

De maneira que grande parte dos bárbaros que invadiram o Império Romano, que era católico, vinham com a intenção de impor a religião ariana.

Outros eram pagãos, e a intenção deles era impor o paganismo.

Uns e outros eram bárbaros. E como bárbaros, eram incompatíveis por hábito, por psicologia, por tendência natural, à civilização.

Eles se estabeleceram no Império Romano do Ocidente, e foram espandongando, querendo ou não querendo, a civilização.

Basta dizer que em geral os bárbaros dormiam nas praças públicas das cidades, porque eles sentiam falta de ar de dormir dentro das casas. Não compreendiam que se pudesse dormir dentro de casa.

Mas havia uma tribo bárbara que sentia falta de ar em dormir na cidade. Quando chegava a noite, eles abriam a porta da cidade e iam dormir no mato, porque na praça da cidade eles não sentiam respiração.

Os bárbaros viam que os romanos eram alfabetizados, mas muito decadentes, corruptos e maus soldados. E eles achavam que a razão disso era a alfabetização.

E então, eles tinham o maior desprezo ao homem que se alfabetizasse. O alfabetizado era mais ou menos o efeminado.
Carlos Magno deteve os fluxos invasores pagãos e islâmicos na Europa. Vitral de Carlos Magno. Catedral de Chartres, França
Carlos Magno deteve os fluxos invasores pagãos e islâmicos na Europa.
Vitral de Carlos Magno. Catedral de Chartres, França.
Quando os bárbaros começaram a impor a sua tirania detestável sobre o solo europeu, no Império debandando, só ficou de pé a Igreja.

A Igreja, com suas dioceses, com seus conventos, etc., continuou de pé.

Então o ponto de salvação para sair do abismo era fortalecer a Igreja. Aí vem nova catástrofe: a Península Ibérica é invadida por maometanos, por causa da moleza dos visigodos que habitavam a Espanha.

A onda árabe começou a invadir a Europa semi-romana e semi-bárbara a partir dos Pirineus.

Sem falar que muitos maometanos tomavam barcos, desembarcavam na Itália, no sul da França, e começavam as invasões também.

De maneira que esta chaga viva, que era a Europa daquele tempo, ainda começou a sofrer a pancadaria maometana.

Foi nesse momento, em que tudo parecia perdido, que Deus suscitou esse homem extraordinário que foi Carlos Magno.

Um homem que, a meu ver, foi um verdadeiro profeta. Quer dizer, um homem que realizou o Reino de Deus, porque tinha o dom de compreender no que ele consistia e o dom de levar os outros a unirem as suas vontades para essa realização.

Tinha o dom, além do mais, de vencer, de derrubar os obstáculos que se opusessem a essa realização.

Carlos Magno era de uma família que já há duas gerações tinha o reino dos francos.

A sabedoria de Carlos Magno nos conselhos do Império.  Vitral de Carlos Magno. Catedral de Chartres, França.
A sabedoria de Carlos Magno nos conselhos do Império.
Vitral de Carlos Magno. Catedral de Chartres, França.
Essa família, também ela dividida por lutas intestinas, tinha certo ascendente entre os francos que eram um dos povos bárbaros que havia na Europa.

Carlos Magno, dirigindo os francos, fez cinquenta e tantas expedições militares em que ele espandongou os bárbaros completamente. Depois também conteve o poderio maometano.

E com isto ele recuou as portas da História. Quer dizer, a História parecia condenar irremissivelmente o povo latino a desaparecer sob a pressão germânica e a pressão maometana. Carlos Magno salvou a latinidade e a catolicidade.

Esse homem era hercúleo. De alta estatura, de traços muito regulares e muito bem feitos, tendo conservado até ancianidade alguma coisa de moço.

Mas ao mesmo tempo, no seu tempo de moço com qualquer coisa da maturidade da ancianidade, ele incutia respeito no tempo de moço, como se ele fosse um velho. E sabia infundir entusiasmo no tempo de velho, como se ele fosse moço.

Ele era um homem tão amável, tão gentil, que a legenda popular dizia que ao longo de sua barba branca, quando ele sorria nasciam flores, e que a sua barba era toda florida.

Ele era chamado rei da barba florida.

Por aí os senhores podem imaginar a riqueza dessa personalidade: terrível no combate mas ao mesmo tempo tão amável, tão gentil, que os outros julgavam ver flores nascerem de sua barba.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 30/10/72.
Sem revisão do autor)




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Carlos Magno, formador de homens de grande estatura, mas submissos à autoridade temporal e à Igreja

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Busto-urna com relíquias de Carlos Magno. Fundo: catedral de Aachen, capital de seu império.
Busto-urna com relíquias de Carlos Magno.
Fundo: catedral de Aachen, capital de seu império.
Carlos Magno, grande guerreiro foi ao mesmo tempo um grande formador de homens.

Ele formou um conjunto de heróis que passou para a História como o conjunto dos conjuntos, que foram os Doze Pares de Carlos Magno.

Quando se fala de Par de Carlos Magno, se fala também de uma relação ideal entre um senhor e seu servidor.

Na ordem temporal, nunca a relação entre um chefe e seus súditos foi tão nobre, tão elevada, tão forte, nunca condição de súdito foi tão categórica, mas ao mesmo tempo comunicativa de tanta grandeza, quanto alguém ser um Par de Carlos Magno.

Entre Carlos Magno e seu pares havia um andar de diferença. E ele era de tal maneira, que todos os Pares juntos não davam o que ele era.

Mas um Par de Carlos Magno era como que uma projeção de um aspecto da personalidade dele.

Um Par de Carlos Magno era como um filho e um embaixador de Carlos Magno, trazendo consigo toda a carlomanicidade que ele tinha, participando da majestade de Carlos Magno, da força, da grandeza... Eram outros ele mesmo, embora ele fosse inconfundível.

Nessa relação está exatamente a beleza do nexo que o unia a eles.

De outro lado, uma coisa muito bonita era a solidariedade desses Pares. Uma solidariedade sem vaidade, sem inveja, que visava apenas o serviço do Imperador.

Estátuas dos Pares da França em volta do túmulo de São Remígio, Reims
E no serviço do Imperador, a Causa da Civilização Cristã e, portanto, da Igreja Católica, e portanto, de Nossa Senhora, e portanto, de Nosso Senhor Jesus Cristo no mais alto dos Céus, por uma série de mediações, que Carlos Magno servia.

E por isso, eles eram intimamente unidos entre si. E o modelo ideal da amizade nobre, forte, varonil, despretensiosa e leal é a amizade que reuniu os Pares de Carlos Magno.

Por causa disto, por uma tradição cristã em todos os países da Europa, a alta nobreza procurou tomar o título de Par, exatamente um Par do Reino, no Reino Unido, um Par do Reino na França.

Eram uma cópia de Carlos Magno com seus Pares, de tal maneira Carlos Magno era a personificação de toda a perfeição de relações com os seus súditos, que ele elevava à condição de filhos e de outros “eu mesmo”, embora ele os mantivesse, ao mesmo tempo, claramente na posição de súditos.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 30/10/72. Sem revisão do autor)




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Não foi a alfabetização que gerou a sabedoria de Carlos Magno

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Coroação de Carlos Magno pelo Papa São Leão III
Carlos Magno foi um homem de uma piedade acendrada, mas era ao mesmo tempo analfabeto. E esse analfabetismo nos mostra muito o quão pouca coisa é aprender a ler e escrever.

Há um vício para aqueles que aprendem a ler e escrever e é a ideia de que pensamento começa no livro.

A primeira ideia, quando o sujeito se dispõe a pensar qualquer coisa, é comprar um livro para ler algo, para pensar sobre o que leu.

Então ele pode pensar que Carlos Magno não sabia ler nem escrever e que ele sabia pegar as coisas de outro lado.

Ele tinha uma tal noção das coisas, uma tal inteligência, que sem saber ler nem escrever ele organizou a instrução em todo o seu Império, chamando homens como Alcuíno.

Ele deixava os Bispos decidirem, porque os assuntos da Igreja eles é que decidem, mas ele fazia o uso da palavra.

E ele entrava nos debates teológicos de que os Bispos tratavam. E, em geral com sucesso. Era ele que tinha a fórmula teológica certa. E é um homem que não tinha passado por Seminários.

Coroação de Carlos Magno pelo Papa São Leão III
Coroação de Carlos Magno pelo Papa São Leão III
Os senhores compreendem o que é que era um homem desses. Ele foi o muro da Igreja, o arrimo da Igreja, ele foi a glória da Igreja, ele foi o filho da Igreja.

Não invadiu os direitos da Igreja, respeitou a soberania da Igreja, reconheceu-Lhe todo o poder.

E por causa disso, a Igreja também o coroou.

Todo mundo sabe o lindíssimo fato de que no ano de 800, estava ele na velha basílica de São Pedro — até hoje se mostra o lugar onde ele estava ajoelhado, rezando antes de o Papa entrar para a Missa do Galo — quando o Papa São Leão III entrou trazendo uma coroa de ouro.

E o Papa declarou que na pessoa dele, reconstituía o Império Romano esboroado, e o proclamava Imperador do Império Romano.

Carlos Magno, por modéstia, não quis.

O Papa forçou, levou-o a um balcão onde todo o povo o aclamou:

“Viva Carlos Magno, nosso Imperador!” Estava restaurado assim o Império Romano, que haveria de durar podemos dizer anos.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 30/10/72. Sem revisão do autor)




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A coroação de Carlos Magno e a doutrina das duas espadas, símbolo dos poderes da Igreja e do Estado

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São Leão III Papa sagra Carlos Magno
imperador do Sacro Império na noite de Natal do ano 800
Leia o post anterior: Não foi a alfabetização que gerou a sabedoria de Carlos Magno

A Igreja reconheceu e coroou na terra Carlos Magno que Deus por certo terá coroado no Céu, em virtude da promessa divina a São Pedro: “tudo o que atares sobre a terra será atado também nos céus; e tudo o que desatares sobre a terra será desatado também nos céus.(Mt 16, 19).

A coroação tem este lado de bonito, que é a ideia do poder de um Papa.

O Império Romano pagão não nasceu dos Papas. Ele foi feito pelo Senado romano.

O Senado romano é que criou a grandeza romana. Os imperadores romanos apareceram durante a decadência da república romana; uma instituição pagã, portanto, mas que se cristianizou com Constantino.

O Papa se julgava no poder de recompor o Império Romano! Recompôs e fundou o Sacro Império Romano, quer dizer, o Império Romano Sagrado, feito para a defesa da Fé.

Aí se realizava aquele diálogo misterioso de Nosso Senhor com São Pedro, no momento em que Nosso Senhor foi preso.

Os teólogos sempre interpretaram que quando Nosso Senhor, na hora de ser preso, perguntou a São Pedro se tinha espadas consigo, São Pedro respondeu: “Tenho duas”. Nosso Senhor respondeu: “Isto basta!”

Os bons teólogos dizem que é São Pedro afirmando que ele tinha os dois gládios na mão exprimiu simbolicamente o gládio da Igreja, que é espiritual, e o gládio do Estado, que é o poder da força militar, para reduzir as heresias e liquidar com o mal.

Carlos Magno no centro dos imperadores.
Cetro para a sagracão de Carlos VI, século XIV
Esses dois gládios bastam a São Pedro para cumprir a sua missão.

Nessa noite de Natal do ano 800, o Papa acabava de forjar na pessoa de CVarlos Magno um gládio de ouro, que era o Sacro Império Romano Alemão, com a missão de defender a Fé por toda a Cristandade.

Maravilhas, belezas! Elas nos lembram dias tão diferentes, que são os dias em que nós vivemos, em que tudo está exatamente no sentido oposto.

Mas há certos ideais que nunca morrem, porque eles são diretamente deduzidos da Fé, e são imortais como a Fé!

E quando a gente ouve contar esses fatos, a gente compreende que a História do mundo não pode terminar assim. E que ela não pode terminar simplesmente numa derrota.

Tem que haver uma monumental desforra. E a Revolução laicista e igualitária tem que ser pisada de maneira a se constituir o Reino de Maria, para o qual o mundo foi construído.

O mundo foi criado por Deus para que, em determinado momento, o reino dEle sobre o mundo fosse pleno. É preciso que isto se realize.

E nós então temos, da lembrança dessas coisas, uma esperança no futuro.

Nada de mais anacrônico do que o Império de Carlos Magno, mas é um anacronismo criador.

A lembrança desse Império cria uma esperança e a certeza de um futuro. Nós caminhamos para a restauração daquela ordem de que foi Carlos Magno um símbolo.

Carlos Magno, estatueta no museu do Louvre  Fundo: Guariento di Arpo (1310-1370).
Carlos Magno, estatueta no museu do Louvre
Fundo: Guariento di Arpo (1310-1370).
Nós podemos pedir a Carlos Magno que reze por nós.

Nem todos os episódios da vida de Carlos Magno são inteiramente claros. A Igreja não se pronunciou bem exatamente sobre se ele é santo ou não santo.

Mas, em certas regiões da Europa, se festeja uma festa do bem-aventurado Carlos Magno que os antepassados dos progressistas tomados de zelo — porque nessas horas os progressistas têm zelo — quiseram abolir a festa de Carlos Magno.

Mas o Beato Pio IX lançou um Breve no qual ele declarava que, nos lugares onde Carlos Magno era cultuado como bem-aventurado, o culto podia continuar.

Nós podemos no interior de nossas almas, pedir a Carlos Magno que nos dê essa força invencível, para nós fundarmos o Reino de Maria, como ele fundou a Idade Média, da qual ele foi a pedra angular.

Santa Joana d'Arc recebia revelações do Céu, e ela sabia bem onde estariam Monseigneur São Luís e Monseigneur São Carlos Magno, como ela disse, não é?

Então, digamos como Santa Joana d'Arc: Monseigneur São Luís e Monseigneur São Carlos Magno, rogai para que acabe o caos contemporâneo e que venha logo o Reino de Maria!

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 30/10/72. Sem revisão do autor)



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Carlos Magno exorta bispos e abades a alfabetizarem todos os que possam aprender

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Santo Amando, bispo de Maastricht, dita seu testamento. Vida e milagres de Santo Amando, século XII. Biblioteca Municipal de Valenciennes, Ms.501, f.58v-59
Santo Amando, bispo de Maastricht, dita seu testamento.
Vida e milagres de Santo Amando, século XII.
Biblioteca Municipal de Valenciennes, Ms.501, f.58v-59
Leia o post anterior: A coroação de Carlos Magno e a doutrina das duas espadas, símbolo dos poderes da Igreja e do Estado

No livro “Charlemagne” de Alphonse Vétault (Tours, Ed. Alfred Mame et fils, 1876) se encontra uma Epístola ad Baugulfum abbatem Fuldens.

É uma carta do imperador Carlos Magno endereçada a esse abade de Fuldens:

Carlos, pela graça de Deus, rei dos Francos e dos Longobardos, patrício dos Romanos, em nome de Deus Todo-Poderoso, saudação.

Há frases aqui que cantam e tem uma grandiloquência que não se sabe como elogiar: “Carlos, pela graça de Deus, rei dos Francos e dos longobardos, patrício dos Romanos, em nome de Deus todo poderoso, saudação”.

Numa saudação está tudo dito.

Saiba vossa devoção a Deus, que depois de ter deliberado com nossos fiéis, estimados que os bispados e mosteiros que, pela graça de Cristo, foram colocados sob nosso governo, além da ordem da vida regular e as prática da nossa santa religião, deve, também aplicar seu zelo ao estudo das letras, e ensinar aqueles que com auxílio de Deus, possam aprendê-las, cada qual segundo sua capacidade.

Assim, enquanto a regra bem observada sustenta a honestidade dos costumas, a preocupação de aprender e de ensinar, de bem aprender e de ensinar, põe a ordem do idioma, de maneira que aquele que queiram agradar a Deus vivendo bem, não lhe negligenciaram de lhe agradar falando bem.

O pensamento, muito interessante, é este:

Pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo há, em nosso reino, muitas dioceses e abadias.

Nós queremos que essas dioceses e abadias se empenhem em ensinar a ler as pessoas que estejam em condições de aprender, com a graça de Deus.

Soror Baldonivia escrevendo. Vida de Santa Radegunda, século XII. Mediateca François Mitterrand, Poitiers
Soror Baldonivia escrevendo. Vida de Santa Radegunda, século XII.
Mediateca François Mitterrand, Poitiers
Porque ensinar a ler, naquele tempo, parecia uma coisa muito difícil. Eram poucos os que sabiam ler.

Então, parecia especialmente próprio pedir a graça de Deus para que alguém apren¬desse a ler.

Era um tempo muito próximo da invasão dos bárbaros, e aquele passado bárbaro próximo inspirava um certo arrepio quando se tratava de aprender a ler e escrever.

Então, ele diz: que aprendam a ler e escrever os que possam. Por quê?

Porque é conveniente que aqueles que louvam a Deus vivendo de um modo digno, também aprendam a louvar a Deus falando de um modo digno.

Os senhores vejam que linda ideia. A ideia de que a virtude traz consigo todas as espécies de boas maneiras, de boas atitudes.

E que, portanto, aquele que é virtuoso deve normalmente tender a falar bem, a se exprimir bem, a fazer bem feitas todas as coisas.

Como no Evangelho está dito de Nosso Senhor Jesus Cristo: Ele fazia bem tudo quanto Ele tinha de fazer.

Então, os senhores tem aí um princípio que é muito caro a nós, e que é muito pouco caro a um catolicismo deturpado.

E é o princípio de que a religião é empenhada próxima e diretamente em promover a salvação das almas.

São João Evangelista escreve o Apocalipse.
As Sagradas Escrituras exigiam a alfabetização maciça dos fiéis.
Mas que como uma espécie de corolário, ela tem empenho em favorecer toda espécie de bem, de beleza, de dignidade de vida e de esplendor de existência entre os homens.

Que isto, por sua vez, dá glória a Deus e por sua vez facilita a virtude.

Os senhores tem aí um aspecto profundamente anticatólico das teologias modernas como a da Libertação, cujo efeito normal é tender para o primarismo, para as péssimas maneiras, para a sujeira, para a ostensiva falta de compostura.

Isso não só é incompatível com a religião, mas desvia as almas da verdadeira religião.

Porque Deus sendo autor de todas as formas de ordem, umas formas de ordem se apoiam nas outras; e aqueles que sabem, por exemplo, comer dignamente, falar corretamente, postar-se decentemente tem nisso um apoio para a virtude.

Essa é a ideia fundamental que Carlos Magno exprime.

Ideia fundamental que a Igreja teve em mente durante toda a sua existência, e que na Idade Média é patente.

Toda a elevação da civilização da barbárie até o estado generalizado em que se encontrava no fim da Idade Média, se deveu a esse princípio.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 6/1/73. Sem revisão do autor)




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Como e por que Carlos Magno mandou alfabetizar o maior número possível

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Carlos Magno, alma do renascimento da cultura e introdutor da alfabetização popular
Leia o post anterior: Carlos Magno exorta bispos e abades a alfabetizarem todos os que possam aprender

Continuação da uma Epístola de Carlos Magno endereçada a Baugulgum, abade de Fuldens:
“Está escrito (quer dizer, está escrito no Antigo Testamento ou no Novo Testamento): “Tu serás justificado ou condenado por tuas palavras”. Se bem seja muito melhor agir bem do que ser sábio, entretanto é preciso saber antes de agir.

“Que cada um compreenda tanto mais a vastidão de seus deveres quanto mais a sua língua se entregue sem erro aos louvores de Deus”.

Ele diz que sem dúvida é preciso agir bem, e é melhor agir bem do que saber muitas coisas.

Mas a gente nunca age bem quando previamente não sabe bem as coisas. E a gente sabe melhor as coisas quando foi ensinado por alguém que se exprime bem.

Então, uma razão a mais para que os bispos e os abades ensinem e promovam a cultura. Isso é o fundo do pensamento dele.

“Pois se todos os homens devem evitar o erro voluntário, quanto mais devem evitar esse erro aqueles que estão ao serviço da verdade”.

Quer dizer, aqueles que estão ao serviço da verdade não devem falar palavras erradas, porque então não ensinam a verdade.

“Ah, nós recebemos de vários mosteiros cartas contando que os monges rezam para nós. Mas nessas cartas nós encontramos um senso reto, mas um modo de exprimir-se inculto.

“Aquilo que uma sincera devoção ditava fielmente ao pensamento, uma linguagem inexperiente não podia exprimir para terceiros, por causa da negligência que houve nos estudos nos mosteiros”.

Os senhores estão vendo a mente larga de um Carlos verdadeiramente Magno.

Ele recebe missivas dizendo que estão rezando pelo Imperador tão bem amado, etc., etc., mas num francês pernibambo.

Ele deduz: vocês devem estar com os estudos ruins. E eu não me contento de boas intenções expressas em mau francês. Vocês agora vão aprender francês direito.

É um homem que faz as coisas que tem que fazer.

“E assim nós ficamos com medo não só de que haja vários que saibam mal francês, mas também os vários que interpretam mal as Escrituras”.

É claro. Porque o sujeito que se exprime mal, dá as Escrituras para ele, ele interpreta de modo tonto.

Ora, se os erros de linguagem são perigosos, são muito mais perigosos os modos de entender errados.

Um erro de linguagem vai introduzir o modo de entender errado da Bíblia.

“É por isso que nós nos exortamos não somente a não negligenciar os estudos, mas ainda com uma humilde intenção abençoada de Deus, a rivalizar de zelo uns com os outros para ensiná-los, a fim de que vós possais, por esta forma, penetrar mais facilmente o mistério das Escrituras.

“Ora, como há nos livros Sagrados figuras, e analogias e outros ornatos do mesmo gênero, não é duvidoso para ninguém que cada um lendo-os, apanhe o sentido figurativo tanto melhor quanto ele for um homem culto.

“É preciso acolher para este ministério, homens que tenham vontade, o poder de aprender e o desejo de ensinar os outros. Que isso seja feito, entretanto, só com intenção piedosa, que as nossas ordens inspiram.

“Não negligencieis de enviar cópia dessa carta a todos os bispos vossos sufragâneos e todos os mosteiros que vós quereis gozar de nossa boa graça”.

Quer dizer, se não for mandado, olho severo do Imperador. Agora, tratem de trabalhar.

O pensamento que ele desenvolve aqui é muito bonito. A Escritura tem uma porção de metáforas, diz ele. A pessoa só pode compreender as metáforas se for uma pessoa culta.

Por exemplo, um Salmo diz “eu estou posto num pântano, num limbo profundo, para o qual não há base”.

Se o indivíduo vai entender isso ao pé da letra é um tonto que se deixou arrastar num pantanal.

Mas isso tem alto sentido espiritual. É que os vícios do homem são como que um limo, um pântano, um charco que não tem fundo. O sujeito procura um limite para seu próprio vício e não encontra porque o vício convida sempre a demasias maiores.

Outro diz: “eu me encontro como o pardal solitário abandonado de todos no alto da casa”. Não quer dizer que o salmista estivesse sentado na cumeeira da casa, como um pardal, como interpretaria um pastor protestante.

É, na realidade, uma imagem do justo amado por Deus e abandonado pelos homens.

Ele está fora do convívio humano porque é bom e os ímpios não gostam dele. Então ele pede então o auxílio de Deus.

Essas aplicações supõem um mínimo de cultura, monges bem intencionados que explicam porem se são incultos não podem servir para pregar bem.

De onde, então, o desejo de Carlos Magno. É muito bonito nesta carta uma certa majestade no mandar, que nos dá bem a ideia da grandeza de Carlos Magno.

Quer dizer, é uma dessas grandezas naturais, por onde a ordem partida dele é tão razoável, vem de uma autoridade tão afeita a mandar o bem e tão superior, que é incontrastável.

Então quase não se concebe que ele não seja obedecido com uma obediência cheia de respeito e contentamento.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência pronunciada em 6/1/73. Sem revisão do autor)




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A minúscula carolíngia mudou o rumo da cultura e da alfabetização

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O Sacramentário de Tyniecki adotou a minúscula carolíngia, clara, fácil de ler
O Sacramentário de Tyniecki adotou
a minúscula carolíngia, clara, fácil de ler
Nada de mais básico para a leitura do que uma escritura legível e uma boa caligrafia ou tipografia.

O leitor imagine um texto todo escrito em maiúsculas, sem espaços entre uma palavra e outra. Seria muito penoso de ler.

Era o caso da escritura dos romanos da qual provém a nossa.

Os romanos escreviam assim, como está registrado em inúmeros monumentos, como no arco de Septimio Severo em Roma por exemplo.

Devemos a facilidade de leitura da nossa escritura à Idade Média.

E sobre tudo ao imperador Carlos Magno.

Por volta do ano 780, o imperador ordenou que a Escola Palatina, que funcionava em seu palácio, passasse a usar letras minúsculas e pusesse espaços entre as palavras.

Foi assim que se tornou oficial a “Minúscula carolíngia”, antepassada direta de nossa escritura.

Carlos Magno agiu aconselhado pelo abade Alcuíno, monge beneditino de York, e que foi uma espécie de ministro de Educação muito prezado pelo imperador.

Os romanos escreviam tudo em maiúsculas e sem espaços.
Dedicatória ao imperador Septimio Severo, Roma.
O exemplo do palácio real pegou em todo o Império: escolas, livros, textos religiosos adotaram a nova forma de escrever.

Carlos Magno queria que as letras fossem arredondadas, de tamanho igual, de modo a ser o mais fácil possível de ler e de escrever.

A minúscula carolíngia substituiu a minúscula merovíngia irregular confusa e de leitura dificultosa.

Na nova letra, as maiúsculas ficaram como vieram dos romanos.

As minúsculas foram inspiradas pela escritura uncial e semi-uncial usada pelos monges da Inglaterra e Irlanda.

Alternando maiúsculas, minúsculas e espacos a leitura ficava facilitada enormemente
Alternando maiúsculas, minúsculas e espacos
a leitura ficava facilitada enormemente
A forma final foi elaborada pelo abade Alcuíno sob direta supervisão de Carlos Magno.

O mais antigo manuscrito que usa a “minúscula carolíngia” é o Evangeliário de Carlos Magno, ou de Godescalco que hoje se encontra na Biblioteca Nacional da França (NAL 1203) e que foi encomendado pelo imperador.

A minúscula foi uma grande e utilíssima novidade: homogênea, arredondada, formas claras, as mais legíveis possíveis, incluindo a separação das palavras com espaços.

A recém-nascida minúscula comportou variantes regionais e deu origem a diversos tipos de letras, das quais derivam as que o leitor está visualizando na tela de seu computador.

As abadias da França, Suíça, Alemanha, Áustria e Itália passaram a empregá-la.

Inglaterra e Irlanda a adotariam pouco depois, e o mesmo fizeram os outros países da Cristandade.

O manuscrito de Freising, primeiro escrito em língua eslava também adotou a minúscula de Carlos Magno.
O manuscrito de Freising, primeiro escrito em língua eslava
também adotou a minúscula de Carlos Magno.
Foi tão grande a expansão da letra do imperador que o manuscrito de Freising, primeiro texto redigido em língua eslava já a usava.

A facilidade de ler e escrever pesou decisivamente na conservação e transmissão das obras clássicas da Antiguidade.

Os escritos de Ovídio, Cícero, Virgílio, entre outros, copiados pelos monges ficaram acessíveis a todos.

Este formidável movimento cultural é conhecido como “Renascimento Carolíngio”.

Assim chegaram até nós, milhares de livros do mundo grego e latino, escritos com a “minúscula carolíngia”.

Pela primeira vez na história, um continente inteiro – a Europa –foi saindo do analfabetismo pela obra benfeitora dos monges das abadias católicas e do grande imperador Carlos Magno.




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Reconhecidos os ossos do “Pai da Europa”: Carlos Magno

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Carlos Magno: busto relicário em Aachen, Alemanha
Cientistas alemães anunciaram que, após quase 26 anos de pesquisa, os ossos contidos há séculos em preciosas urnas e relicários da catedral de Aachen, podem ser tidos com grande certeza como os próprios de Carlos Magno, informou The Local, jornal com noticias em inglês editado na Alemanha.

Os estudos científicos e suas conclusões foram apresentados no dia 28 de janeiro de 2014, 1.200º aniversário da morte do grande imperador.

Os cientistas contabilizaram 94 ossos e fragmentos nos relicários do Rei dos Francos, coroado Imperador do Sacro Império Romano Alemão pelo Papa São Leão III.

Carlos Magno tem direito a culto como bem-aventurado em numerosas dioceses da França, Alemanha e Bélgica, com Missa especial e orações próprias.

Imagens do Beato Carlos Magno são cultuadas em igrejas e catedrais dessas dioceses.

O busto relicário contém parte da calota craniana de Carlos Magno
Em 1988, a equipe abriu o sarcófago principal exposto ao culto na Catedral de Aachen.

Porém, os cientistas agiram em segredo, pois se trata de um personagem altamente polêmico, com furiosos inimigos anticristãos. Os resultados do estudo só agora se tornaram públicos.

O professor Frank Rühli, chefe do Centro de Medicina Evolutiva da Universidade de Zurique, Suíça, um dos cientistas responsáveis pelo trabalho, declarou:

“Em virtude dos resultados obtidos desde 1988 até o presente, podemos dizer com grande probabilidade que se trata do esqueleto de Carlos Magno”.

Estudando as dimensões dos restos, os cientistas puderam construir a imagem do homem enterrado em Aachen. Essa imagem bate de modo impressionante com as descrições dos cronistas que conheceram o imperador no fim de sua longa vida.

O prof. Frank Rühli, chefe do Centro de Medicina Evolutiva da Universidade de Zurich,
e colegas analisam a tíbia esquerda de Carlos Magno
Segundo os especialistas, os ossos pertencem a um homem alto, magro e idoso.

Sua altura seria de 1,84 metros (seis pés), o que quer dizer que ele era inusualmente elevado para sua época.

A equipe calculou que pesava 78 quilos, dando a ele um corpo esbelto e um índice de massa corpórea por volta de 23.

Esta figura corresponde ao relato do biógrafo francês e contemporâneo do imperador, frei Eginhard (770-840).

O frade relata que Carlos Magno mancava no fim da vida e os cientistas encontraram nas rótulas dos dois joelhos e num calcanhar sinais de feridas que causariam essa manqueira.

Não foi possível verificar se o Imperador morreu de pneumonia, como alguns supunham, pois não foi identificado nenhum sinal nesse sentido.

As análises cientificas correspondem à descrição do imperador no fim de sua vida
A maior parte dos ossos estava no requintado féretro venerado na catedral imperial de Aachen (Aquisgrão em português e Aix-la-Chapelle em francês), na Alemanha.

Algumas partes da calota craniana se encontravam no famosíssimo busto-relicário, também conservado em Aachen.

Supõe-se que a ausência de alguns ossos se deve ao fato de que foram doados a outras catedrais e igrejas para receberem culto oficial católico.

O Beato Carlos Magno reinou como Rei dos Francos desde o ano 768 sobre territórios que hoje fazem parte da França, da Alemanha e da Itália.

Coroado imperador pelo Papa São Leão III no Natal do ano 800, ele estendeu o domínio imperial da Cruz até a Espanha, no oeste, e até as fronteiras da Alemanha no sul e no leste.

Sua obra civilizadora e ordenadora do caos medieval lhe valeu o reconhecimento universal de “Pai da Europa”. De fato, foi ele quem voltou a reunir o continente e organizar os povos após o desfazimento do Império Romano, relembrou o jornal britânico “The Mail online”.

Urna que contém a maioria das relíquias de Carlos Magno, na catedral de Aachen, Alemanha.

Todos os ossos foram estudados e catalogados,
e correspondem à mesma pessoa
A era de seu reinado fiou conhecida como Renascimento Carolíngio porque foi um período de atividade cultural e intelectual até então inigualado. Ele tirou a Europa do caos e promoveu a Igreja Católica até a alta dignidade que lhe é devida na ordem espiritual e restaurou sua influência proporcionada na ordem temporal.

As monarquias francesas e alemãs sempre se consideraram herdeiras do império de Carlos Magno.

E até a atual União Europeia, instituição democrática, confere como máxima distinção a comenda de Carlos Magno.

Embora não soubesse ler, falava correntemente o franco, o teutônico, o latim e o grego. Ele ordenou o ensino gratuito fundamental em todo o império.

Carlos Magno deixou imensa fama como guerreiro a serviço do cristianismo.

Empreendeu sua primeira campanha militar aos 27 anos, para auxiliar os Papas ameaçados pela tribo dos longobardos. Ele os derrotou e eles acabaram se convertendo à religião verdadeira.

Desde Aachen, que foi sua capital, ele empreendeu 53 campanhas militares destinadas à expansão da Fé e a manutenção da ordem do Sacro Império.

Carlos Magno defendeu a Europa cristã das invasões dos muçulmanos no sul do continente e dos saxões pagãos no leste, até falecer com 72 anos, uma idade excepcional na Idade Média.

A tarefa científica não foi fácil, pois o corpo do venerado imperador foi objeto de diversas mudanças de local, esclareceu “Discovery News”.

Ele foi enterrado numa cripta sentado em seu trono. No ano 1000 o imperador Otto III mandou abrir o local e, segundo as crônicas contemporâneas, ficou impressionadíssimo à vista de Carlos Magno entronizado, portando a coroa de ouro, segurando o cetro imperial com as mãos revestidas de luvas rituais.

“Ele não tinha perdido nenhum de seus membros, salvo uma parte do nariz. O imperador Otto substituiu a parte faltante com uma peça de ouro, levou consigo um dente de Carlos como relíquia e mandou lacrar a entrada da câmara”, segundo a Crônica de Novalesia, escrita por volta de 1026.

Trono de Carlos Magno, teria sido feito com pedras do palácio de Pilatos,
ou da igeja do Santo Sepulcro.
Em 1165, Frederico I Barbarossa reabriu a câmara, exibiu os restos como relíquias e mandou enterrar Carlos num sarcófago de mármore no chão de catedral.

Meio século depois, o imperador Frederico II depositou os restos numa urna de ouro e prata.

Em 1349, alguns ossos foram retirados pelo imperador Carlos IV para serem cultuados como relíquias. O imperador de tantas guerras não conheceu a paz nem no sepulcro.

Ele voltou a ser desenterrado em 1861 com objetivos de pesquisa científica. E o mesmo aconteceu agora.

Análises com raios X e scanners especializados confirmaram que ele mereceu também o nome de Magno (Grande), pois media 1,84 metros (6 pés) de altura.

“Ele devia ser como uma torre que se destacava sobre o 98% das pessoas de seu tempo”, observou o professor Rühli.

Rühli e seu colega australiano Maciej Henneberg, professor Anatomia e Patologia da Universidade de Adelaide, constataram que ele deve ter sido esbelto. Nenhuma doença séria foi identificada em seus ossos.

Estão previstos também exames de DNA que, entretanto, não se espera venham a introduzir modificações relevantes no quadro já cuidadosamente elaborado durante mais de um quarto de século, segundo “Scientific American”.



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Os escolásticos medievais fundaram a economia científica

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Um dado muito pouco conhecido é que a Igreja inspirou o pensamento econômico na Idade Média.

Até então os homens não tinham racionalizado os sistemas econômicos.

Alguns grandes pensadores como Aristóteles trataram de alguns problemas muito básicos da atividade econômica.

Porém, a imensa maioria dos homens e as civilizações antigas tocavam a vida econômica em função da agricultura, o artesanato, o comércio e o intercâmbio básico, e não raciocinavam sobre isso.

Para eles, a economia era o que a palavra significa ao pé da letra : as "regras da casa" ou "administração doméstica" ( de 'eco' = casa e 'nomos' = regras ou costumes).

Joseph Schumpeter, um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX, em sua History of Economic Analysis (1954), disse dos escolásticos (a escola teológica que unificiou a linguagem e a formulação dos conceitos na Idade Média):
“Foram eles os que chegaram, mais perto do que qualquer outro grupo, a serem os ‘fundadores’ da economia científica”.
Jean Buridan (1300-1358), reitor da Universidade de Paris, deu importantes contribuições à moderna teoria da moeda.

Nicolas Oresme (1325-1382), aluno de Buridan e padre fundador da economia monetária, estudou com prioridade os efeitos destrutivos da inflação.

Martín de Azpilcueta (1493-1586), escolástico tardio, escreveu sobre a carestia provocada pelo aumento de meio circulante (moeda).

Em bispados e abadias se começou a raciocinar
sobre a boa ordenação das atividades humanas.
Foto: abadia de Fontenay, França
O Cardeal Caietano (1468-1534) justificou moralmente o comércio internacional.

Ele também demostrou como a expectativa sobre o valor futuro da moeda afeta o presente do mercado. Algo relacionado com os modernos mercados futuros.

Para Murray Rothbard, economista americano da Escola Austríaca do século XX, “o Cardeal Caietano, um príncipe da Igreja do século XVI, pode ser considerado o fundador da teoria da expectativa em economia".

O franciscano Jean Olivi (1248-1298) foi o primeiro a propor uma teoria do valor subjetivo, e mostrou que o "justo preço" emerge da interação entre compradores e vendedores no mercado.

Um século e meio depois, São Bernardino de Siena, o maior pensador econômico da Idade Média, consagrou esta teoria.



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